Há 44 anos, transformado em governador de Goiás em seguida ao período de intervenção federal que sacrificou o restante de mais de ano de mandato de Mauro Borges, o marechal Emílio Ribas apreciou acima de tudo, nessa experiência, o contato com as águas da Pousada do Rio Quente. Foi lá que passou a maior parte de seus fins de semana durante os meses em que foi governador.
Numa sexta-feira à tarde estava sendo ele conduzido ao Rio Quente num automóvel preto, marca Aero-Willys, de fabricação nacional, pertencente à frota do Palácio das Esmeraldas. Na época, a melhor alternativa de viagem entre Goiânia e Rio Quente era o percurso pela pavimentada BR-153 até Morrinhos e, daí em diante, cerca de 30 quilômetros em rodovia estadual de terra.
Uma caminhonete ultrapassou o Aero-Willys governamental já no trecho de terra. Por mais que Ribas insistisse, seu motorista não conseguia recuperar a frente. E assim ele enfrentou mais de meia hora o desconforto da poeira.
À noite, dirigindo-se às piscinas, o governador viu a caminhonete estacionada. Num dos bolsos do roupão, levava ele cachimbo e fumo. No outro, aquele gancho metálico usado para desentupir o cachimbo. Chegou ele junto da caminhonete e, com a ponta do gancho, esvaziou os quatro pneus, vingando-se da poeira do caminho. Fagueiro, foi então curtir as águas quentes no poço que acabou ficando conhecido como Poço do Governador.