O repertório de defeitos de caráter do ex-presidente e hoje senador Fernando Collor (PTB-AL) inclui também a falta de respeito aos mais velhos. Na campanha eleitoral de 1989, ele conseguiu bom espaço na mídia. Ganhou generoso espaço nas revistas do Grupo Bloch, assim como na TV Manchete.
Assumindo a Presidência jovem, mas muito deslumbrado com o poder, promoveu aquele confisco geral da poupança e dos recursos de investimento.
Isto arrebentou o Grupo Bloch, cujo líder, Adolpho, então com 82 anos, ficou arrasado. Ele podia ter muitos defeitos, mas também qualidades, como a da lealdade. E fazia questão de quitar em dia o pagamento de seus funcionários, que era por quinzena.
Desesperado, como conta Arnaldo Bloch no livro Os Irmãos Karamabloch, não conseguiu audiência com Collor, mas furou o bloqueio da segurança e se aproximou do presidente. Disse: “Presidente, o senhor precisa me ajudar. Eu estou no fim.” Resposta de Colllor: “E eu estou no começo. Passe bem!”
Depois, quando surgiram as denúncias que o iriam respeitar, Collor ofendeu outra pessoa idosa, o inatacável Ulysses Guimarães, referindo-se a ele como “aquele velho.”
A resposta de Ulysses : “Velho, mas não velhaco.”