domingo, 19 de abril de 2009

Parlamentares ou príncipes?

Quando a capital da República ainda era o Rio de Janeiro, o Senado funcionando no Palácio Monroe e a Câmara dos Deputados no Palácio Tiradentes, quase todos os congressistas aproveitavam o período de recesso para ganhar dinheiro extra exercendo a profissão. Muitos eram médicos e iam clinicar nas férias parlamentares. Por que? A remuneração parlamentar não era suficiente e este ganho no recesso equilibrava o orçamento de cada um.

Os tempos mudaram e é compreensível que existissem mecanismos de ajuda no Senado e na Câmara dos Deputados de ajuda aos parlamentares, como o caso da moradia funcional. Mas tanta mordomia e tantos privilégios para eles e seus parentes atingiu um grau escandaloso, passou muito da conta. São parlamentares, mas passaram a ser tratados como príncipes e o excesso de privilégios não para de crescer. A extensão dessa mordomia aérea, por exemplo, chega a estarrecer.

A escolha de nomes para a composição das mesas diretores, por exemplo, deveria ser conduzida com maior transparência. Assim se evitaria o vexame de nomes mal escolhidos. O mesmo em relação às corregedorias, para se evitar escolhidos como o deputado dono do castelo em Minas.